“Saímos vitoriosos politicamente dessa campanha e delimitamos campos. Demonstramos força e criamos um sentimento de esperança ao povo...
“Saímos vitoriosos politicamente dessa campanha e delimitamos campos. Demonstramos força e criamos um sentimento de esperança ao povo olindense”. É o que diz a carta entregue pelo advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, nesta quarta-feira (9). A reunião aconteceu em Brasília, na sede do partido, onde o advogado esteve para reafirmar as acusações contra caciques locais da legenda de se articular contra a sua candidatura à Prefeitura de Olinda, onde foi derrotado nas últimas eleições. A denúncia de Antônio Campos desencadeou um racha no PSB local.
O documento entregue a Siqueira tem oito páginas e o trecho em que ele cita a “vitória política” está na primeira, a única divulgada. Antônio Campos frisa que disputou “praticamente sozinho”. “Agradeço ao apoio decisivo que tive da Executiva Nacional, especialmente de Vsa. Contudo, o mesmo não posso dizer da Executiva Estadual do PSB de Pernambuco”, diz o advogado na carta ao presidente do PSB. Além de Carlos Siqueira, ele foi recebido pelo presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande.
“Estamos numa época de resistência e aprendi com meu pai, o escritor Maximiano Campos, que ‘vencer é a própria capacidade de resistir’. Resistir é uma forma de ação hoje. Quando Arraes foi candidato em 1998, muitos não entenderam, ante as dificuldades eleitorais e políticas da época. No entanto, talvez isso tenha propiciado a eleição de Eduardo Campos como governador em 2006”, afirma ainda o documento.
Antônio Campos também participou do lançamento do programa Cartão Reforma com o ministro Bruno Araújo, tucano que o apoiou no segundo turno em Olinda. Araújo mergulhou de cabeça na campanha de Raquel Lyra (PSDB) em Caruaru, no Agreste, que representou a derrota do governador Paulo Câmara (PSB) para o grupo do tucano – aliado ao do senador Armando Monteiro Neto (PTB) e ao ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), que podem se unir contra os socialistas em 2018.
Antônio Campos acusa principalmente Paulo Câmara, o secretário da Casa Civil do Estado, Antônio Figueira, e a cunhada Renata Campos.
Antônio Campos participou de cerimônia com Bruno Araújo, que o apoiou nas eleições municipais (Foto: Divulgação)

A última reunião de Antônio Campos será na quinta-feira (10), em São Paulo, onde será recebido por Márcio França. Na agenda, uma visita de cortesia ao correligionário paulista. Antônio Campos é presidente da Comissão Nacional de Ética do PSB, enquanto França é Secretário Nacional de Finanças do partido.
Nos bastidores, os PSB de São Paulo, representado por França, já mobiliza essa ala do partido por mais uma aliança com Alckmin. Diz-se que Geraldo Julio ou Paulo Câmara poderiam ficar com a candidatura à vice-presidência. Antônio Campos afirma que “há outras possibilidades”.
De Jamildo