Nesta quarta-feira (7), o site suíço “Sept” afirmou que Protógenes Queiroz, ex-deputado e ex-delegado da Polícia Federal, pediu asi...

Nesta quarta-feira (7), o site suíço “Sept” afirmou que Protógenes Queiroz, ex-deputado e ex-delegado da Polícia Federal, pediu asilo à Suíça e que a solicitação foi aceita pelas autoridades do país europeu.
Adib Abdouni, advogado de Protógenes no Brasil, confirmou a informação. “Agora a residência dele é na Suíça”, declarou. De acordo com Abdouni e o “Sept”, a resposta das autoridades suíças veio na quarta-feira.
O ex-delegado da PF comandou em 2008 a Operação Satiagraha, que investigou crimes financeiros e prendeu um conhecido banqueiro “oportunista”, cujo nome a Justiça do Rio de Janeiro nos proíbe de citar, e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, já falecido.
Em 2014, Queiroz foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de sigilo funcional, em decorrência da Operação Satiagraha. À época, ele era deputado federal pelo PCdoB de São Paulo. A operação acabou sendo anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por considerar que as provas obtidas se basearam em gravações telefônicas feitas ilegalmente. Em 2015, Protógenes foi exonerado da Polícia Federal por “infrações disciplinares”.
Na entrevista publicada nesta quarta-feira no “Sept”, o ex-delegado declara que está na Suíça desde outubro de 2015. “Se eu voltar, serei executado. Minha vida está em jogo. A estrutura de corrupção que eu ataquei me quer morta”, disse Protógenes.
“A Justiça do meu país tirou a proteção de que eu me beneficiaria como policial. Não tenho o direito de carregar uma arma, ou para ter um carro blindado ou uma escolta pessoal. Então eu decidi procurar a segurança que me é necessária para continuar a minha luta aqui na Suíça”, acrescentou.
De acordo com a acusação do Ministério Público Federal, acolhida pelo STF, Protógenes teria revelado a jornalistas que, no dia 19 de junho de 2008, ocorreria uma reunião em um restaurante paulista entre dois investigados na Operação Satiagraha, Humberto Braz e Hugo Chicaroni, e um delegado da PF. No encontro, previamente programado pelos investigadores para produzir um flagrante, os investigados ofereceram propina ao delegado, com a finalidade de se livrarem da operação.
Conforme o MPF, Protógenes teria cometido violação do sigilo funcional por ter informado a dois jornalistas a data em que seria deflagrada a operação policial, dia 8 de julho de 2008.
Com base nessa informação, jornalistas e cinegrafistas se posicionaram com antecedência, na madrugada daquele dia, em locais onde seriam realizadas buscas e prisões, especialmente de pessoas públicas como a do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e a do empresário Naji Nahas.
Fonte: Ucho